data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Uma alimentação saudável, natural e livre de agrotóxicos. Cada vez mais as pessoas estão buscando consumir alimentos frescos e artesanais. Voltar a preparar a comida em casa, assim como usar verduras, frutas e grãos da época é um costume que está em crescimento e vem juntando adeptos. É isso o que indica o último levantamento da Associação de Promoção dos Orgânicos. Mesmo com a pandemia, esse setor registrou uma alta de 30% nas vendas e vem avançando pelas cidades do interior.
Em Santa Maria, consumidores encontram produtos coloniais ee livres de agrotóxicos em diversas feiras espalhadas pela cidade. Uma dessas iniciativas é a Polifeira do Agricultor desenvolvida pelo Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria. O projeto tem como objetivo incentivar a agricultura familiar e as relações entre o campo e a cidade.
A Polifeira nasceu há quatro anos, no campus da UFSM, e migrou para a Avenida Roraima, no bairro Camobi. Segundo a bolsista de gestão Flavia Mortari, 26 anos, uma das responsáveis pela feira, a mudança para fora da universidade possibilitou que os produtos orgânicos cheguem a outros públicos:
- Hoje tem gente que vem de fora, vem do centro para consumir o nosso produto. A feira tem esse intuito de oferecer pro consumidor um produto que seja regional e limpo. A pessoa pode ter certeza que está consumindo algo de qualidade. - ressalta Flavia.
Fortalecer essa relação entre pequenos produtores e consumidores é possível com o apoio da UFSM que dá o suporte técnico e logístico. Os alunos de cursos do Colégio Politécnico realizam visitas técnicas aos produtores e ajudam eles com eventuais dificuldades. De acordo com Flávia, a coleta do material é realizada todas às terças-feiras e quintas-feiras e "a ideia é fortalecer a economia familiar e oferecer uma qualidade de apoio que um grande produtor teria'', completa.
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É essa relação entre o campo e a cidade que tem motivado os pequenos agricultores a virem de diversos distritos da região até Santa Maria para participarem das feiras que acontecem pela cidade. O arroz Pachamama, que tem como tema 'livre de venenos e de patrão', percorre mais de 80 quilômetros, desde o interior de São Gabriel, para chegar até a mesa dos clientes.
No coletivo responsável pelo Pachamama, a organização é horizontal. Além de prezarem pelo preço acessível ao consumidor, o valor arrecadado é dividido igualmente com todas as pessoas envolvidas na produção. O grupo também trabalha com mel e pipoca, todos livres de agrotóxicos. Conforme a produtora rural e integrante do coletivo, Lisiane Rodrigues, 30 anos, todo o processo é feito de forma artesanal:
- A nossa ideia de não usar químicos e segurar um preço bom é para que todos os tipos de público consigam consumir esse arroz. O que a gente quer é que todo esse alimento chegue na mesa de todas as pessoas. A gente não vende o arroz, a gente vende a ideia do sem veneno - afirma Lisiane.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Marcelo Oliveira (Diário)
Lisiane Rodrigues, uma das responsáveis pelo Pachamama
O arroz Pachamama é comercializado na Polifeira em sacos de um quilo a R$ 6. Com o apoio da UFSM no processo e com a possibilidade de venda junto a outras bancas, o coletivo vê como essencial a feira, que é o principal foco de venda.
Entre os feirantes também está a Boutique da Colônia, que hoje é a maior banca da Polifeira e vende desde pães, bolos e queijos, até ovos, verduras e grãos. A Boutique é coordenada pela produtora rural Jussane Turri Carvalho, 42 anos. Segundo ela, os produtos comercializados são o mais natural possível:
- A nossa produção visa buscar o mínimo de aditivos possíveis, no caso dos queijos a gente não usa nenhum tipo de conservante. Os ovos são de galinhas criadas livres e com uma alimentação mais natural. Nós sempre buscamos o mais natural possível. - destaca.
Além de estar presente na Polifeira, a Boutique da Colônia também participa da Feira da Roraima, na feira da Praça Saldanha Marinho e no Feirão Colonial do Centro de Economia Solidária. De acordo com a agricultora Jussane Carvalho, as feiras estão sendo mais procuradas:
- O público que preza por essa questão da produção mais limpa e natural tem aumentado ao longo do tempo.
Um desses consumidores e consumidoras que estão em busca de uma alimentação mais natural é a microempreendedora Claudia Beatriz Lengler, 47 anos, que desde o início da pandemia passou a prezar por uma alimentação saudável e mais humana:
- São produtos orgânicos que vem direto do produtor e isso pra mim é imprescindível. Eu gosto muito de comprar aqui na feira por isso e, também, para favorecer os pequenos agricultores e as famílias que vivem do campo.
Além da Polifeira do Agricultor, existem outras ações que possuem a mesma visão de fortalecer os vínculos entre os pequenos produtores e os consumidores e incentivar a alimentação natural. Um desses exemplos é o Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, onde acontece, anualmente, a Feira Internacional do Cooperativismo.
A Feicoop é uma iniciativa que surgiu por meio da irmã Lourdes Dill e que é referência na economia solidária na América Latina. No ano passado, mesmo com a pandemia, a feira reuniu mais de 200 expositores que comercializaram desde artesanatos até produtos coloniais e alimentos orgânicos. Entre os objetivos da Feicoop estão a educação alimentar, a sustentabilidade, a reforma agrária, o cooperativismo e a agroecologia. Temas cada vez mais atuais que encontram espaço também nas outras feiras que acontecem ao longo do ano em Santa Maria.
AS FEIRAS
De segunda a sábado, feiras espalhadas pela cidade comercializam frutas, verduras, legumes e produtos coloniais, além de grãos e itens de artesanato. A feira Ana Primavesi, nas quartas-feiras, é a única que vende somente produtos orgânicos, porém, nas demais, é possível encontrar produtos e produtores que vendam esse tipo de alimento. Veja, a baixo, os dias, horários e locais das feiras em Santa Maria:
POLIFEIRA DO AGRICULTOR
- Quando - nas terças
- Onde - Avenida Roraima, entre a Faixa Velha e Faixa Nova de Camobi
- Das 7h às 13h
FEIRÃO REGIONAL
- Quando - nas terças e sextas
- Onde - Praça João Pedro Menna Barreto (Praça dos Bombeiros)
- Das 7h às 14h
FEIRA ANA PRIMAVESI
- Quando - nas quartas
- Onde - Salão do Santuário Arquidiocesano do Divino Espírito Santo, na Igreja dos Amaral (Faixa Velha de Camobi)
- Das 9h às 13h
FEIRA ARTESÃ
- Quando - nas quintas
- Onde - Praça Roque Gonzales (em frente ao Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo)
- Das 8h30min às 17h30min
FEIRINHA DO MALLET
- Quando - aos sábados
- Onde - Avenida Liberdade, junto à Praça Marechal Mallet
- Das 7h às 13h
FEIRÃO COLONIAL
- Quando - aos sábados
- Onde - Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, no Bairro Medianeira
- Das 7h às 11h30min
FEIR'ART DO ROSÁRIO
- Quando - aos sábados
- Onde - Praça Hermenegildo Gabbi, no Bairro Rosário
- Das 13h30min às 17h30min
ARMAZÉM COOPERCEDRO
- Quando - de segunda-feira a sábado
- Onde - Praça Saturnino de Brito
- De segunda a sexta-feira, das 8h30min às 12h30min e das 13h30min às 17h30min, e, aos sábados, das 8h30min ao meio-dia